Analisando o histórico dos últimos Exames de Ordem, o que definitivamente não podemos esperar é uma estabilidade do grau de dificuldade aplicado pela banca avaliadora.
Se o Exame de Ordem XXXII (32º – 2020) foi um dos top 3 piores já aplicados, o Exame XXXIII (33º), por sua vez, teve a maior aprovação da história (47.331 mil aprovados, dentre 151.235 mil inscritos). Mas isso não necessariamente é uma boa notícia, porque quem acompanhou a prova da 1ª fase dos Exames XXXIII e XXXIV conhece a injustiça com a ausência de anulações. Prefiro nem recordar da famigerada questão da “Suelen” de Direito do Trabalho, claramente com o gabarito errado e sem anulação pela banca. De toda forma, a injustiça (infelizmente) foi compensada com o alto índice de aprovação na 2ª fase.
O mesmo ocorreu com o XXXIV Exame de Ordem, que teve um altíssimo índice de reprovação. A banca examinadora, mais uma vez, deixou de anular questões absolutamente viciadas e objeto de recursos.
Os três últimos exames tiveram resultados bastante antagônicos, o que desencadeou um movimento de saída da FGV como banca avaliadora do Exame de Ordem. Esse movimento foi iniciado pela revolta dos examinandos e também pela própria OAB Nacional, que em 2021 anunciou um novo processo de licitação. Isso logo após a interposição de mais de 100.000 (cem mil) recursos em face da 1ª fase.
Voltando ao questionamento, é difícil prever como será a próxima prova da OAB, justamente pela falta de constância e estabilidade no nível de dificuldade das últimas provas. Não há um padrão. Contudo, o recente movimento da OAB Nacional coloca a banca avaliadora ainda mais sob a supervisão e responsabilidade de elaborar uma prova justa e com o mínimo de erros possíveis. Erros não só na elaboração da prova, como também na aplicação. Vamos relembrar da ausência de energia elétrica na Faculdade Castelo Branco, no Realengo/RJ (Exame XXXIII, aplicado em 2021), que claramente prejudicou os examinandos.
De toda sorte, estude, tenha disciplina, foque nas matérias que tem mais afinidade, faça um planejamento e COMECE!
Murilo S. Comério
Fundador do Caput Cursos Jurídicos. Mestre em Direito do Trabalho pela Universidade de Coimbra. Pós-Graduado em Advocacia Trabalhista pela Universidade Anhanguera-Uniderp. Graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Vitória. Professor de Pós-Graduação em Direito. Autor da Lúmen Juris Editora.